As nacionalidades das Rainhas Consortes de Portugal

11-06-2018

Portugal teve 31 rainhas consortes, não contando com D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, primeiro Rei de Portugal. A Bula "Fratrum Nostrum" emitida pelo papa Pascoal II, em 18 de Junho de 1116, teria reconhecido o título de rainha de Portugal a D. Teresa, após a morte de seu pai, D. Afonso VI de Castela e Leão, e após confrontos com a sua meia-irmã. por causa da herança. Esta estatística não conta também com D. Augusta Vitória de Hohenzollern-Sigmaringen, mulher de D. Manuel II no exílio e nem com D. Adelaide de Löwenstein-Wertheim-Rosenberg, mulher de D. Miguel no exílio, ambas alemãs.

Como se pode constatar pela imagem, as nacionalidades das Rainhas de Portugal não são muito diversificadas. Tivemos 16 rainhas espanholas, 4 francesas, 3 austríacas, 3 portuguesas, 2 alemãs, 2 italianas e 1 inglesa.

Das 16 rainhas espanholas, 8 eram castelhanas, 3 aragonesas, 2 de Aragão e Castela (filhas dos Reis Católicos e esposas de D. Manuel I), 1 galega, 1 basca e 1 andaluza.

As rainhas espanholas representam mais de 50% e tal se deve à proximidade geográfica, interesses familiares, religiosos e políticos. 

A Rainha que reinou durante mais tempo foi a Rainha Santa Isabel, durante quase 43 anos, de 1282 a 1325. É provavelmente a rainha de Portugal mais conhecida além fronteiras, devido ao célebre milagre das rosas, tendo sido beatificada e canonizada. É possível, aliás, encontrar iconografias e imagens da Rainha Santa em igrejas católicas em qualquer parte do mundo.  

Só houve mais uma rainha de Portugal que conseguiu ultrapassar a barreira de mais de 40 anos de reinado. Trata-se de D. Maria Ana da Áustria, mulher de D. João V, que reinou durante quase 42 anos, de 27 de outubro de 1708 a 31 de julho de 1750. 

Era muito culta, falava 6 línguas: português, espanhol, italiano, francês, latim, alemão e conseguia perceber inglês. Terá influenciado a sua filha, D. Bárbara Maria de Bragança, que foi Rainha de Espanha, que também era extremamente culta. À parte disto, também se dedicou a obras de caridade, nomeadamente aos órfãos de todo o império português e ao pobres. 

Foi regente de Portugal 2 vezes, e terá sido ela quem aproximou Sebastião José de Carvalho e Melo, o futuro Marquês de Pombal, das esferas do poder. 

A rainha que menos tempo reinou por Portugal, excluindo D. Inês de Castro que terá sido coroada depois de morta, foi D. Maria Leopoldina de Áustria, mulher de D. Pedro IV, durante apenas 1 semana, de 26 de abril a 2 de maio de 1826. Como se sabe, D. Leopoldina foi Imperatriz do Brasil e mãe da Rainha D. Maria II de Portugal. 

As únicas Rainhas Consortes de Portugal portuguesas foram: D. Leonor Teles (de 1372 a 1383), D. Isabel de Coimbra (de 1447 a 1455) e D. Leonor de Avis (de 1481 a 1495). 

A transmontana D. Leonor Teles, apesar de casada, terá seduzido o Rei D. Fernando, conseguido obter a anulação do seu casamento anterior e tornar-se na primeira portuguesa a ser Rainha de Portugal. 

D. Isabel de Coimbra casou com o seu primo, o futuro D. Afonso V, após uma história de amor desde a infância. 

A última portuguesa Rainha Consorte de Portugal foi D. Leonor de Avis, também filha de um Infante de Portugal, tal como D. Isabel de Coimbra, sua tia e sogra. Foi também a primeira Bragança a ocupar o trono português. Casou com D. João II por vontade de D. Afonso V, quando tinha apenas 12 anos e ele 15.